Sem boca-de-urna, candidatos espalham santinhos em frente a seções eleitorais

MONIQUE OLIVEIRA
da Folha Online

Apesar de proibida boca-de-urna em frente a todas as seções eleitorais do país, muitos eleitores encontraram neste domingo santinhos de candidatos e a famosa “cola pronta” espalhados em vários locais de votação em São Paulo.

Na zona leste, a Escola Estadual Sérgio da Silva Nobreza exibia já na esquina panfletos da candidata a deputada federal pelo PSB, Luiza Erundina. Já na zona sul, em frente ao Colégio Arquidiocesano, a “cola pronta” era dos candidatos a deputado Jooji Hato (estadual), do PMDB, e Arnaldo Faria de Sá (federal), do PTB.

Na escola municipal Ângelo Martino, no centro, os santinhos faziam os eleitores tropeçarem. Entre os vários espalhados no chão estavam os dos candidatos a deputado federal José Aristodemo Pinotti (PFL) e José Eduardo Cardozo (PT).

Segundo a assessoria do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, a prática de espalhar panfletos no chão pode ser considerada boca-de-urna, mas, como não se sabe como esse material foi colocado nas seções eleitorais, não se pode fazer muito a respeito.

A lei que proíbe boca-de-urna é de 1998 e prevê de um ano a seis meses de detenção, além de pagamento de multa mínima de R$ 5.320 para quem cometer a infração e for pego em flagrante.

Nestas eleições, candidatos tiveram suas campanhas dificultadas com a minirreforma eleitoral –sancionada em maio– que proibiu a utilização de outdoor, bem como de propaganda fixa, além de distribuição de brindes e camisetas.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) permitiu, no entanto, o uso de camisetas e bonés de partidos por eleitores nos locais de votação.

Prisões

Em São Paulo, a Polícia Civil registrou até as 19h00 deste domingo 54 prisões em flagrante por boca-de-urna. Desse número, 10 na capital, 23 no interior, 7 na grande São Paulo e 14 no litoral.

Também foram registrados 38 boletins de ocorrência — não houve prisão, apenas recolhimento de material de propaganda. Desse número, 2 na capital, 11 na grande São Paulo, 19 no interior e 6 no litoral.

A Polícia Civil também fez uma prisão em flagrante, na capital, de um eleitor votando no lugar de outro. No município de Itatiba (84 km a norte de São Paulo), duas pessoas foram presas por compra de votos.

Leia na Folha Online.

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