MUSEU DO CINEMA DE BERLIM – UMA VISITA

Monique Oliveira

Revista Contracampo de Cinema

BERLIM – O cinema foi a arte do século XX – mas sabe-se lá até quando. A única invenção genuinamente burguesa reconhecida como arte aprendeu que mesmo com uma produção industrial de cópias e mais cópias, sem o culto e preservação, suas obras-primas poderiam ser esquecidas depois do alvoroço comercial que inicialmente provocaram.

O material de um filme se decompõe, envelhece, ou é simplesmente esquecido. Ao mesmo tempo, para se perceber a essência artística de uma película, só o tempo. Algumas obras são incompreendidas, outras supervalorizadas. Depois do olhar de algumas gerações, respostas se cristalizam: filmes cuja importância se resume ao sucesso comercial, ou filmes que revelam-se por suas qualidades artísticas e ultrapassam qualquer tela e audiência. Sem os reis ou czares da aristocracia, os ícones burgueses foram imortalizados em self-portraits, só que frame a frame.

Os pop stars encontraram numa antiga instituição sua imortalidade – em uma busca pela representação da realidade, que se não passou de impressão ou simulacro, ao menos fez história. O que importa a um museu é preservar o que se puder de uma história, de uma memória. E um museu do cinema não poderia ser diferente.

Só na Alemanha existem quatro museus do filme. O mais recente deles, o Filmmuseum de Berlim, foi inaugurado em 2001. Com criação prevista desde a Berlim socialista no início dos anos oitenta, ele só se tornou possível após a reunificação e o investimento de grandes multinacionais como a Sony. Para a exposição, utiliza parte do acervo da Deustche Kinemathek, fundada em 1963, além de outras aquisições. Segundo a diretoria, “utiliza-se os mais modernos equipamentos digitais para preservação e a pesquisa é sempre constante para vencer os desafios propostos para os novos tipos de mídia, já que o objetivo do Filmmuseum também é arquivar produções contemporâneas”.

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