Divulgação científica e participação na ciência – Apresentação de trabalho em Rotterdam (Holanda)

A divulgação científica tem o potencial de fomentar maior participação dos cidadãos na ciência. Pode apontar caminhos de acesso, entendimento e contextualização dos dados.

Esse foi o tema de apresentação que as pesquisadoras Germana Barata, Monique Oliveira (LABinCC/VOICES/UNICAMP) e Alice Fleerackers (Simon Fraser University) realizaram na Conferência de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (PCST), em Roterdã, na Holanda, em abril de 2023.

Apresentação de trabalho no PCST, na Holanda

O evento apostou na importância de mais inclusão na divulgação científica com o tema de “Creating Common Ground” – algo como “criando um mundo comum”.

A apresentação intitulada “Bridging open science and science communication” integra o projeto VOICES e, além de abordar as adaptações da produção científica durante a pandemia de Covid-19, mostrou a necessidade de conjugar iniciativas de ciência aberta com a divulgação científica.

“Sinalizamos o potencial da divulgação científica em ajudar a democratizar a infraestrutura da ciência”, destaca Monique Oliveira.

Germana Barata, coordenadora do LABinCC e do VOICES no Brasil, explica que marcos importantes da Ciência Aberta (como a Declaração de Budapeste e de Berlim) citam a relevância de dados científicos estarem disponíveis ao público amplo. Contudo, continua a pesquisadora, não são apontados caminhos concretos para essa inclusão.

“A divulgação científica pode contribuir para que os dados disponíveis em iniciativas de ciência aberta sejam encontrados, acessados, entendidos e contextualizados pelo público”, explica Germana.

Além das apresentações dos resultados de pesquisas, a conferência abordou temas relevantes como storytelling, engajamento inclusivo na ciência, o potencial da arte para a comunicação científica e as interseções entre ciência, comunicação e cultura. O evento reuniu uma comunidade global de profissionais comprometidos em promover uma comunicação efetiva e acessível sobre ciência e tecnologia.

A Rede Mundial de Comunicação Pública de Ciência e Tecnologia, responsável pela organização do evento, tem sido uma plataforma fundamental para o intercâmbio de conhecimentos desde 1989, sendo que o Brasil foi sede da conferência em 2014.

Germana Barata destaca que a participação posiciona o nosso país como contribuidor do pensamento intelectual no campo da comunicação científica e na ciência aberta.

“O Brasil já tem destaque internacional na ciência aberta e também pode ser pioneiro em apontar caminhos para que esse movimento se amplie e, de fato, contribua para uma maior democratização da ciência”, informa.

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